Bezerros correm mais risco de desenvolverem a fotossensibilização

Podemos definir a fotossensibilização em bovinos como uma reação exagerada que acontece em sua pele, devido à luz solar, associada à ação de toxinas presentes nas pastagens, principalmente as baquiárias.

Os chamados agentes fotodinâmicos apresentam uma configuração química, que absorve os raios ultravioletas, levando uma energia além do normal para as células ao redor.

E assim desenvolve-se a de dermatite, que libera histamina e resulta em lesão.

Quando falamos de fotossensibilização em bovinos, que é popularmente chamada de requeima, é preciso destacar que ela é mais comum na fase da desmama, em animais de até dois anos de idade, ou seja, os bezerros.

O risco também aumenta quando o animal tem pele clara, com pouca ou nenhuma pigmentação.

É importante ficar atento aos sinais clínicos, que podem variar de acordo com a gravidade da situação, entre eles estão:

  • Inquietação, com o animal sacudindo constantemente a cabeça e orelhas;
  • As orelhas podem ficar contorcidas e voltadas para cima;
  • Inchaço da barbela, que é aquela prega da pele que os bovinos têm no pescoço;
  • Diferentes graus de icterícia, que é a colocação amarelada da pele e mucosas;
  • Ressecamento intenso da pele, com predomínio nas regiões dos olhos, focinhos, orelhas, virilha, úbere, flancos, virilha e barbela;
  • Conforme o quadro de fotossensibilização em bovinos muda, acontece a formação de uma crosta nos locais afetados, podendo vir junto com o descolamento da pele;
  • Os animais começam a buscar locais que tenham sombra;
  • Acontece uma visível perca de apetite, que reflete diretamente no peso dos animais;
  • Conjuntivite bilateral, com lacrimejamento e dificuldade de lubrificar os olhos, podendo chegar à cegueira; e
  • Em alguns casos a fotossensibilização nos bovinos pode levar o animal a morte em dois ou três dias.

A fotossensibilização em bovinos pode ser:

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  • Primária – se dá pela ingestão de substâncias fotodinâmicas, entre elas a hipericina, que pode ser encontrada, além das braquiárias, no trigo sarraceno ou em outras plantas contaminadas por fungos.

Quando chegam aos vasos sanguíneos periféricos, essas substâncias se ativam ao receberem a luz que vem do sol, causando destruição e formação das lesões que são típicas da doença.

  • Secundária – pode ser chamada de hepatógena, e se dá quando alguma toxina, de qualquer origem, causa lesão no fígado, alterando seu funcionamento.

Com isso, o órgão se torna incapaz de produzir a filoeritina, que é fotossensível, desencadeando a fotossensibilidade em bovinos. Nesses casos, os sintomas costuma ser mais acentuados.

Fotossensibilização em Bovinos

O diagnóstico precoce evita que os casos de fotossensibilização nos bovinos, se tornem fatais.
Para isso é preciso acompanhar o histórico dos animais, possíveis sinais clínicos e, havendo suspeita, realizar exames laboratoriais.

Apenas um especialista é capaz de diferenciar a doença de outras parecidas, que também podem atingir o rebanho bovino.

O tratamento adequado será indicado com base na gravidade de cada caso, por isso cada animal deve ser tratado de forma individual.

Um dos primeiros cuidados em caso de fotossensibilização em bovinos é retirar o animal doente do local onde tenha luz do sol.

Deixe-o em área fresca, na sombra, com água limpa e abundante, e que fique distante da braquiária. 

Em geral são administrados protetores hepáticos, vitamina A que estimula a regeneração da pele, além de corticoides, pomadas cicatrizantes e protetor solar.

Embora não se saiba exatamente o que seria necessário para prevenir a fotossensibilização em bovinos, existem alguns cuidados que ajudam a diminuir os riscos:

  • Não oferecer braquiária aos animais mais jovens;
  • Fazer a diversificação da pastagem; e
  • Investir na desmama programada, podendo oferecer ao bezerro um bom e nutritivo pasto, que não seja de braquiária. 

Pecuaristas e pessoas que estão entrando para esse mercado devem ficar atentas para quadros de fotossensibilização em bovinos, além de várias outras doenças que possam afetar seu bem-estar.

Lembre-se que animais saudáveis, bem alimentados, hidratados e que vivem em condições de sanidade adequadas, produzem mais, o que leva a uma maior lucratividade.

Esteja atento a todo processo de manejo e mantenha sua equipe sempre treinada para lidar com o rebanho de forma adequada.

Quando existe o comprometimento do produtor, é possível controlar os casos de fotossensibilização em bovinos e proteger toda uma boiada.

Fontes: Nutrimais; Canal do Boi; Realh; A Lavoura; EducaPoint; e Aprenda Fácil Editora.

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