Acidose ruminal pode interferir na produtividade do animal

A acidose ruminal é uma doença metabólica que se apresenta com certa frequência nos bovinos, tanto de leite quanto de corte.

Sua causa principal é a diminuição do pH do rúmen que, em grande parte das vezes, acontece quando a dieta não está equilibrada como deveria, apresentando uma quantidade maior de carboidratos, como açúcares e amidos, e menos componentes fibrosos.

Os profissionais da Nutrimais Saúde Animal alertam que, quando se trata de confinamento de bovinos, há uma discussão comum sobre esse ambiente ruminal, o pH e o risco de acidose, sendo comum a queda do pH ruminal em bovinos confinados, exatamente pela alta densidade energética da alimentação.

Mas eles explicam que o crucial é saber o que fazer para minimizar essa queda, que leva à acidose ruminal, e um fator decisivo é a composição nutricional da dieta, principalmente no que diz respeito aos carboidratos fermentáveis no rúmen.

No entanto, existem outros aspectos tão importantes quanto esse, que afetam o ambiente, entre eles está o fato de ter uma boa adaptação, uma mistura adequada e várias práticas de manejo.

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A manutenção do consumo de matéria seca em níveis elevados, para animais em confinamento, é uma arte que a maioria ainda não domina, porque desconhece os princípios que regem esse consumo.

Por isso, é fundamental contar sempre com a orientação de um profissional qualificado, que poderá acompanhar essa alimentação e ir equilibrando conforme a necessidade.

A acidose ruminal, também conhecida como acidose lática, é causada por um desequilíbrio entre a produção de ácidos no rúmen, a partir da fermentação ruminal de carboidratos não estruturais. 

Animais que sofrem com a acidose ruminal apresentam o problema de forma aguda, onde se identifica uma alta concentração de ácido lático no rúmen.

Além dos bovinos em confinamento, que estão em fase de terminação, a acidose ruminal é comum em vacas leiteiras, quando há insuficiência de tamponantes e alcalinizantes na dieta, como é o caso da saliva produzida pela ruminação.

Acidose Ruminal

Uma das formas de equilibrar a alimentação dos bovinos, evitando a acidose ruminal, é aumentando o consumo de forragens, pois animais que tem a base da alimentação nas forrageiras, dificilmente apresentam o problema.

Isso acontece porque as forragens, em geral, contêm altas concentrações de fibra, que é um elemento digerido de forma lenta no rúmen, evitando a produção de ácido lático.

Já o excesso de consumo de grãos e concentrados faz exatamente o processo oposto, desregulando o sistema digestivo e causando a acidose ruminal.

Em um primeiro momento, os produtores podem não se preocupar muito com essa indisposição dos bovinos, mas acabam tendo que fazer algo a partir do momento que eles começam a rejeitar os alimentos e perder peso.

Quando o quadro de acidose ruminal é instalado, os sintomas costumam se manifestar entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento.

Fique atento para o inchaço do rúmen e a inquietação dos animais causada pelas cólicas.  No caso das vacas leiteiras, isso leva a uma queda da produção de leite.

Outro sintoma comum é a diarreia, de odor ácido e com coloração mais escura. E quando a acidose ruminal se apresenta de forma mais grave, leva os bovinos a uma apatia e fraqueza, apresentando até mesmo dificuldade para andar.

O diagnóstico se dá pela avaliação dos sinais clínicos, que devem ser alinhados com o histórico da alimentação.

Prevenção e Tratamento da Acidose Ruminal

A melhor forma de prevenir a acidose ruminal é evitando que os animais consumam grandes quantidades de grãos, e se eles estiverem presentes na dieta, que sejam introduzidos de forma gradual, para a melhor adaptação do organismo.

Lembre-se sempre de alinhar o manejo nutricional, pois a acidose depende do balanço entre produção e neutralização de ácidos orgânicos.

Para não cometer erros comuns lembre-se que, se a fonte de energia for baseada em milho e sorgo, existe um risco grande de acidose ruminal, mesmo se a fibra da ração for de partículas pequenas.

Alguns aditivos podem ajudar nesse equilíbrio alimentar, evitando quadros de acidose ruminal, entre eles estão às leveduras.

Pesquisas mostram que produtos à base de leveduras vivas estimulam o crescimento de microrganismos utilizadores de ácido lático, levando a uma estabilização do pH ruminal.

Para os animais que já estão com quadros de acidose ruminal, os cuidados incluem hidratação, que as vezes pode ser feita através de medicação venosa, dependendo da gravidade do caso.

Outra necessidade é oferecer uma alimentação baseada em volumoso, onde os grãos poderão ser novamente introduzidos de forma gradativa.

Além disso, é preciso fazer o animal evacuar o que foi ingerido e causou o problema.  Para controlar a crise, se for um caso mais leve, bicarbonato ou carbonato de magnésio costumam ajudar e são indicados.

O consumo de água para os bovinos doentes deve ser restrito, pois uma grande quantidade de água pode causar distribuição dos fluidos corporais.

Esteja sempre atento para mudanças de comportamento dos animais e, sendo necessário, busque o auxílio de um profissional que possa examiná-lo e indicar o melhor tratamento. 

Fontes: Nutrimais; Milk Point; Prodap; Cursos CPT; e Educa Point.

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