Pecuaristas do segmento de gado leiteiro sabem que o processo produtivo demanda uma série de cuidados, e um dos mais importantes está relacionado com a ordenha correta.
Quando feito de forma adequada, o manejo da ordenha reduz a contaminação por micróbios, além de preservar as características químicas e físicas do leite.
A ordenha correta é aquela realizada de forma rápida e que seja eficiente o bastante para preservar a saúde das vacas.
Quando o processo de ordenha não é feito da forma correta, seja pelo mau uso da ordenhadeira, ou pela pouca habilidade manual de quem está realizando o processo, isso vai prejudicar a produtividade e, como consequência, impactar no lucro.
Para não correr esse risco, o ideal é que, em propriedades maiores, onde a ordenha é mecânica, a equipe passe por treinamento para que se adapte bem ao processo.
E onde o volume de animais é menor, e a ordenha é manual, também é necessário que as pessoas que realizam a tarefa saibam a forma certa de proceder.
Conhecer a anatomia e fisiologia do úbere das vacas, o comportamento do animal durante a lactação, o manejo e funcionamento da ordenhadeira, e todo o protocolo de higiene, influencia de forma direta na saúde do animal e qualidade do leite produzido.
Além disso, quem tem contato direto com as vacas precisa redobrar os cuidados com a própria higiene, para evitar contaminar o leite com micro-organismos.
Invista na correta higiene das mãos, que devem ser lavadas com água e sabão, além de alguns locais optarem também pelo uso de luvas.
É preciso atenção com os cabelos ou roupas, para que não entrem em contato com o leite, e contaminem o alimento. O uso de botas próprias e aventais são bem-vindos.
Todo o cuidado com a higiene também deve ser levado até o curral, ou sala de ordenha, que precisam estar limpos no momento de retirar o leite das vacas. O balde onde será coletado o leite, assim como os demais utensílios, inclusive os de ordenha mecânica, precisam ser bem limpos, para não correr o risco de qualquer infecção.
Os profissionais responsáveis pela ordenhada devem ser calmos, ainda que uma ou outra vaca tenha temperamento mais difícil, pois se perder a paciência, o animal também ficará sobressaltado, o que irá dificultar ainda mais o processo.
Vacas que sofrem maus tratos reduzem cerca de 10% da produção de leite.
Organizamos os principais passos para a realização da ordenha correta. Acompanhe para sanar suas dúvidas sobre o processo.
Em algumas propriedades, antes da ordenha mecânica, é utilizada uma solução desinfetante nos tetos das vacas, à base de clorexidina e iodo, mas é necessário ter orientação técnica para que a dosagem seja ideal.
Em ambos os casos seque com toalha de papel descartável.
Também observe os tetos e sistema mamário das vacas para se certificar sobre a presença de edemas, calor, assimetria e endurecimento. Se algo for percebido o ideal é isolar a vaca e depois cuidar da ordenha e saúde dela de forma particular.
Caso entre ar acontece a flutuação de vácuo no sistema, podendo causar lesões nos tetos das vacas. E se houver a queda das teteiras durante a ordenha, pode acarretar no fluxo inverso do leite, levando sujidade para as glândulas mamárias.
A ordenha não deve ser parada antes que o processo completo seja concluído.
Isso porque o hormônio responsável pela liberação do leite, que é a ocitocina, age entre cinco a sete minutos, sendo que nos três ou quatro minutos após a preparação se ordenha 70% do leite da vaca.
Faça a troca das teteiras a cada 2500 ordenhas, verificando a pressão de vácuo diariamente.
Fontes: Jornal Dia de Campo; Cursos CPT; Milk Point; Vet Profissional; e Fundação Roge.