Produtores que atuam com pecuária leiteira sabem o quanto a mastite pode ser preocupante.
Trata-se de uma inflamação na glândula mamária da vaca leiteira, podendo atingir entre 20 e 38% do rebanho.
Com isso, a mastite também impacta financeiramente nos negócios, estimando uma perda aproximada de 12 a 15% da produção.
Uma dúvida muito comum, é se o leite da vaca que tem mastite, pode ser fornecido ao bezerro.
“Temos que lembrar que o leite proveniente de uma vaca que tem mastite clínica é o leite de descarte e geralmente ele vai conter pus, sangue e um grande volume de bactérias, então não é recomendado para o bezerro”, esclarece o Médico Veterinário da Nutrimais Saúde Animal, Jonathas Bonaldo.
O profissional pontua também que, “se dentro da propriedade, o produtor escolhe fazer o aleitamento do bezerro com o leite materno, ele tem que usar um leite de qualidade”.
Diante da mastite e para diminuir o custo, uma opção é escolher outro alimento que tenham as mesmas propriedades do leite, sem causar prejuízo nenhum para a produção.
“Lembrando que, não podemos fornecer o leite de vaca proveniente de mastite clínica, porque podemos ter um problema muito grande na propriedade, podendo levar os animais a óbito, o animal ter diarreia e não conseguirmos tratar”, alerta Jonathas.
Micro-organismos que colonizam o canal do teto se multiplicam, causando a inflamação denominada de mastite.
Ela pode ser:
O primeiro sinal de alerta é a queda da produção, sendo que a principal consequência para os produtores é o prejuízo.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estima que rebanhos atingidos pela mastite subclínica produzam entre 25 e 42% menos leite.
É preciso que os pecuaristas, bem como suas equipes, fiquem atentos, pois para cada caso de mastite clínica, acredita-se que há entre 15 e 40 casos de mastite subclínica.
O diagnóstico é feito com a contagem de células somáticas (CCS) e California Mastitis Test (CMT).
Outro sintoma comum é que as vacas fiquem com os tetos inchados e vermelhos.
A mastite clínica se apresenta em três níveis, de acordo com sua gravidade: 1 – apenas alteração no leite; 2 – alteração no leite e no teto; e 3 – outros sintomas na vaca, como febre e perca de apetite.
O diagnóstico se dá pelo teste da caneca de fundo preto, feito antes das ordenhas.
Os primeiros jatos do leite são retirados para observar as possíveis alterações.
Algumas ações a serem realizadas dentro da propriedade podem ajudar a manter a mastite longe do rebanho.
Elimine a matéria orgânica com frequência e deixe o ambiente arejado.
Outra dica é manter as moscas longe do rebanho, pois elas facilitam a contaminação.
Fique atento para que os equipamentos estejam operando corretamente, com borrachas em bom estado e pressão de vácuo normal.
Os tetos das vacas também precisam ser limpos e secos antes que os equipamentos da ordenha sejam colocados.
Elimine os primeiros jatos de leite, observando se há coágulos que possam indicar a mastite.
Promover o conforto térmico diminui o risco de mastite.
O indicado é fazer exames diagnósticos que identifiquem os agentes causadores.
É importante ressaltar que são variados os patógenos causadores da mastite e a identificação deles é que irá direcionar o tratamento.
O protocolo indicado para cada animal deve ser definido, de forma individualizada, por um médico veterinário.
A equipe que trabalha na propriedade deve atuar em conjunto, para evitar os casos da mastite e cuidar da saúde dos animais infectados.
Fontes: Nutrimais; Embrapa; Fundação Roge; Canal Rural; e Prodap.