Método famacha é um aliado dos produtores ao cuidar da saúde dos ovinos

O método famacha auxilia os produtores a encontrarem, dentro de seu rebanho, os animais que, de fato, precisam receber o vermífugo.

Isso é importante porque, hoje, não há mais recomendação para que se aplique vermífugo em todo o rebanho, pois já está comprovado que nem todos os animais tem essa necessidade.

Quando se faz uso de medicação sem necessidade, corremos o risco de os animais criarem uma resistência à mesma e, dessa forma, os resultados serem menos efetivos nos momentos em que, de fato, forem indicados.  

 “Sabe-se que, na ovinocultura, um dos principais problemas é a verminose gastrointestinal. E assim, o método famacha é um dos diagnósticos de auxílio, pois através dele é possível avaliar a carga parasitária desse animal frente a essa verminose”, explica Bruna Gasparini, zootecnista da Nutrimais Saúde Animal.

Pelo método famacha é utilizado o chamado “cartão famacha”, onde estão cinco colorações diferentes

“Ele vai desde o vermelho robusto até o branco pálido e, com esse cartão, é possível comparar a cor da mucosa ocular do animal. Isso nos permite mostrar se esse animal está com baixa ou alta infestação da verminose”, completa Bruna.

Para que fique mais claro, destaca-se que, seguindo as cores do cartão utilizado no método famacha, animais que estão nos graus um e dois, apresentando a coloração vermelho vivo, demonstram não estarem anêmicos.

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A partir do grau três existe a indicação da vermifugação e em quadros quatro e cinco, é fundamental.

O grau mais avançado apontado pelo método famacha é o cinco, e a recomendação é que os animais que se enquadrem nele tenham o acompanhamento de um profissional capacitado, como um médico veterinário.

Esses ovinos também irão precisar de atenção diferenciada em relação à alimentação, que deve ter um alto teor proteico.

O uso de suplementos, bem como a ingestão de ferro oral ou injetável, pode ser indicada diante da necessidade de cada animal.

É comum que primeiro se faça um restabelecimento desses casos que estão em grau cinco, para depois fazer sua vermifugação.

Outro fator interessante do método famacha é que não apresenta qualquer tipo de restrição, podendo ser aplicado em animais de todas as idades e categorias.

Método Famacha

O uso do método famacha é relativamente simples. “Avaliamos a coloração ocular do animal, expondo a pálpebra e comparando sua cor com a coloração do cartão. A partir disso é possível saber se é necessário entrar com o vermífugo, ou não. Então o método famacha tem a finalidade de separar aqueles animais que precisam entrar com o vermífugo e os que não precisam, facilitando no manejo diário da propriedade”, esclarece a zootecnista.

Sabendo de forma exata os animais que precisam de atenção, o cotidiano do pecuarista e da sua equipe fica muito mais fácil.

Além de diminuir o volume do rebanho para a lida, com a aplicação do vermífugo, que existe mão de obra treinada, ainda tem a vantagem de economizar com os custos do produto, o que deixa a produção mais econômica num todo.

Para que o método famacha funcione de forma adequada, é necessário manter uma periodicidade, que vai variar de acordo com a incidência de verminose e das condições climáticas da região.

Método Famach em clima semiárido

Em locais de clima semiárido, o indicado é fazer o exame a cada 15 dias em períodos com alta incidência de chuva e a cada 30 dias nos períodos de seca.

Mas o profissional que acompanha a saúde do rebanho de ovinos pode adaptar esses intervalos, de acordo com particularidades apresentadas na propriedade. 

E para verificar a efetividade do método famacha é indicado que se faça a contraprova.

“Uma das contraprovas do método famacha é pressionar a gengiva desse animal, e logo em seguida, vai ficar branco, mas os vasos sanguíneos vão irrigar essa área, tornando a coloração avermelhada novamente. E por que é feita a contraprova? Geralmente quando você vai manejar esses animais, agrupando eles até o momento em que se realiza o teste do método famacha, há uma poeira que se levanta, e isso pode causar uma irritação na mucosa ocular, tornando-a um pouco mais rosada, corada, e levando a um falso positivo no teste”, conclui Bruna.

Fontes: Nutrimais; Embrapa; Unipampa; e Milk Point. 

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