A pecuária orgânica dá origem a carne orgânica, que deve ser certificada e produzida com base em um sistema que une o ambientalmente correto, com o socialmente justo e o economicamente viável.
Todo o manejo do gado deve ser direcionado para que não polua e nem impacte o meio ambiente, valorizando o que há de mais sustentável.
Quando se fala de pecuária orgânica o foco é a produção que mantenha o equilíbrio ecológico, seguindo as normas que são estabelecidas pelas instituições que irão verificar todas as condicionalidades para emitir a certificação.
Algumas características importantes da pecuária orgânica são:
Embora ainda tenha um pequeno impacto na produção bovina brasileira, a pecuária orgânica é viável e tem uma excelente oportunidade para expandir.
E isso se deve ao consumidor final que, a cada dia, busca novas opções para se alimentar de forma mais saudável e consciente.
Levar para a mesa um produto gerado pela pecuária orgânica e certificada é saber que está oferecendo para sua família um item que, além de fazer bem para sua saúde, também é mais saboroso.
Isso sem falar que qualquer item gerado de forma orgânica não interfere, ou interfere minimamente, na saúde do planeta, que há anos tem pedido um consumo mais consciente.
É importante ressaltar também que a pecuária orgânica não significa apenas carne, mas outros produtos que são de origem animal e precisam de cuidados na produção e certificação específica. Alguns exemplos são ovos, leite e até o mel.
De acordo com a FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a produção orgânica estimula a saúde do ecossistema, devido à suas práticas de manejo.
Agroquímicos, hormônios sintéticos e organismos que tenham sido geneticamente modificados não podem estar inseridos na pecuária orgânica.
Com isso, é importante pensar em animais com genótipos adaptados aos sistemas não intensivos ou semi-intensivos.
O mercado para produtos orgânicos segue em expansão no Brasil, por isso o momento é tão propício para o investimento em pecuária orgânica.
De acordo com a Organis - Associação de Promoção dos Orgânicos o consumo desse tipo de produto cresceu 30% em 2020, quando comparado com 2019, isso significa a movimentação de R$ 5,8 bilhões.
E se o setor cresce como um todo, pensar em uma maior oferta de carne de origem orgânica é o dever de casa para os pecuaristas.
O Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem acompanhado essa tendência e publicou, em março de 2021, um novo Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção.
O documento traz as listas de substâncias e práticas para o uso nos Sistemas Orgânicos de Produção Animal.
Lembrando que assim como acontece no modelo tradicional, o rebanho que integra a pecuária orgânica deve passar pelo acompanhamento de profissionais como zootecnistas e médicos veterinários.
A produção e comercialização de produtos orgânicos no Brasil foram aprovadas pelo Mapa em 2003, sendo regulamenta em 2007 e, a cada período que se vê necessidade, a legislação vai sendo alterada ou complementada.
Ainda existe um grande desafio na pecuária orgânica, que faz muito produtores deixarem tal opção de investimento de lado: toda uma adequação do sistema produtivo.
Como para ter um produto orgânico é necessário que toda a cadeia produtiva se transforme, existe a necessidade de compromisso, mudança de comportamento e investimento financeiro.
E você pecuarista, já pensou em usar insumos alternativos como um adubo verde para suas pastagens?
A pecuária orgânica é uma tendência, e quem aceitar o desafio e empreender primeiro, certamente vai lucra mais.
Fontes: Embrapa; CFMV- Conselho Federal de Medicina Veterinária; WWF Brasil; InfoEscola; e Revista A Lavoura.