A tristeza parasitária é uma doença que impacta diretamente no desempenho do rebanho, prejudicando a produtividade do gado de leite e de corte.
Com isso, pode influenciar diretamente no bolso do produtor, causando prejuízos, seja pelas despesas com o tratamento, ou mesmo com a contaminação de vários animais que, se não cuidados, podem chegar ao óbito.
Dependendo da localidade do Brasil, a tristeza parasitária também é conhecida como piroplasmose, babesiose, anaplasmose, mal triste e tristezinha.
“Visitando propriedades pequenas e médias, pelo Brasil todo, eu vejo que em muitas regiões do país, o produtor rural perde animais, por não conseguir identificar sinais clínicos da doença, ou quando ele consegue observar, já está tarde demais. É preciso ficar atento para alguns sinais e, posteriormente, chamar um veterinário para fazer um diagnóstico mais preciso”, alerta o médico veterinário da Nutrimais Saúde Animal, Jonathas Bonaldo.
Ele pontua que algo que lhe chama a atenção são as chamadas vacas de compra, que o produtor adquire e elas já chegam à propriedade com uma carga parasitária e acabam por desenvolverem a doença.
“Elas já vêm com o carrapato. E essas vacas começam a ficar inapetentes, ou seja, ficam tristes, não querem comer direito, o focinho da vaca fica seco e não úmido como é de costume e, às vezes, a vaca não quer nem ruminar, fica ali parada. Essa é uma característica que a gente tem que avaliar no rebanho e ligar o sinal amarelo para aquela vaca”, ensina o veterinário.
O diagnóstico da tristeza parasitária se dá pela anamnese, ou seja, observando o comportamento do animal. Mas a confirmação acontece com base em exames laboratoriais.
“Depois de observar o animal é recomendado fazer um exame físico dele, identificar batimento cardíaco, a respiração, ver se esse animal está com febre e coletar uma amostra sanguínea para poder fazer um esfregaço sanguíneo e um hemograma”, esclarece Jonathas.
Quando a tristeza parasitária se dá pelo protozoário babesiose, o animal pode apresentar também alguns sinais nervosos, entre eles a falta de coordenação motora, dificuldade para andar, como se estivesse cambaleando, e até certa agressividade.
Alguns fatores que levam a uma predisposição da doença são o manejo, o transporte e até mesmo a alimentação.
A tristeza parasitária é uma doença infecciosa que pode ser causada por dois parasitas, um protozoário do gênero babesia e uma riquetsia do gênero anaplasma.
O vetor mais comum é o carrapato, embora uma mosca que se alimenta de sangue também possa facilitar essa transmissão.
“Quando conseguimos avaliar o protozoário, fazemos esse esfregaço sanguíneo para dar um diagnóstico definitivo e indicar um tratamento”, destaca o veterinário da Nutrimais.
Se não for tratada em tempo, a tristeza parasitária apresenta alta mortalidade, além de desencadear quadros de infertilidade temporária em fêmeas e machos.
Depois da contaminação, o período de incubação varia entre sete e 14 dias, lembrando que o carrapato é um parasita que afeta bovinos com alguma frequência.
Além da tristeza parasitária, eles podem levar outras doenças ao rebanho, então é fundamental que o pecuarista fique atento, fazendo o uso de vacinas e profilaxia com produtos adequados.
Jonathas ressalta que o tratamento, quando a doença é diagnosticada no início, é simples, sendo usados antibióticos e alguns produtos que estão disponíveis no mercado, que apresentam comprovação científica de que conseguem combater a doença.
“Assim, você, provavelmente, vai diminuir o índice de mortalidade na sua propriedade, apenas conseguindo identificar a doença mais rápido. Essa é minha dica, identificar mais rápido e iniciar o tratamento precoce”, conclui ele.
Suplementos, tônicos fortificantes, aminoácidos, vitaminas, minerais e antitóxicos fazem parte do tratamento.
Bovinos jovens são mais resistentes aos parasitas que causam a tristeza parasitária, devido aos seus anticorpos colostrais, além de uma rápida resposta imunitária celular.
Esteja sempre atento ao comportamento dos animais e conte com a orientação de um especialista, tanto para o controle de parasitas, como para acompanhar a saúde do seu rebanho, especialmente em casos de tristeza parasitária.
Fontes – Nutrimais; Info Escola; Rural Pecuária; e SNA - Sociedade Nacional de Agricultura