Uma das principais preocupações dos pecuaristas é que seu rebanho não seja atingido pela febre aftosa.
Trata-se de uma doença infecciosa e aguda que, como o próprio nome sugere, causa febre nos animais.
Outra consequência comum são as aftas que atingem a boca e língua, e também podem aparecer úlceras nas patas dos animais de cascos com fendas.
Com isso é comum que os animais apresentem salivação acima do comum, com dificuldade para mastigar e engolir os alimentos.
Outros sintomas da febre aftosa são:
Além dos bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos também podem ser contaminados com a febre aftosa.
Provocada por vírus, a doença pode gerar um grande prejuízo, pois impacta diretamente na produção de leite e carne.
Quando existem registros da febre aftosa em uma determinada região é comum que aconteçam barreiras comerciais, impedindo exportações dos produtos.
Altamente contagiosa, ela pode se espalhar rápido entre o rebanho sendo transmitida pelo animal doente ao sadio, de forma direta ou através de água, alimentos ou mesmo objetos que tenham sido infectados.
Isso acontece porque o animal doente elimina os vírus pela saliva, leite, urina, fezes e sêmen, deixando o ambiente contaminado.
De forma geral a contaminação se dá pelas mucosas das vias digestivas, ou por via respiratória.
O diagnóstico da febre aftosa é feito clinicamente.
São observados os sintomas e o animal é submetido a exame laboratorial do tecido da mucosa, que poderá confirmar a doença.
Quando a febre aftosa se confirma, é estabelecida uma zona de proteção com um raio mínimo, definida pelos órgãos responsáveis.
Os animais são isolados e o caso será comunicado, internacionalmente, é feito um rigoroso trabalho de vigilância sanitária.
O objetivo é eliminar as fontes de infecção e, assim, retornar a área como livre da doença.
Animais susceptíveis das áreas atingidas pela febre aftosa serão avaliados.
Os doentes serão sacrificados e as carcaças destruídas ou tratadas para a inativação do vírus.
Em animais adultos, a taxa de mortalidade pela febre aftosa é considerada baixa, mas animais jovens têm registros consideráveis de problemas cardíacos que levam à morte.
Até o momento foram identificados sete tipos do vírus da febre aftosa e apenas com exame é possível saber qual deles atingiu o animal.
Aos humanos a doença não representa riscos consideráveis, sendo raros os casos de infecção.
A febre aftosa não é transmitida pelo consumo de carne, leite ou derivados de animais que estejam infectados.
Pessoas que lidam com animais infectados e não tomam os devidos cuidados, podem apresentar sintomas como feridas nas mãos.
Até o momento não existe um tratamento para a febre aftosa, sendo que o animal se recupera de forma natural, em, aproximadamente, três semanas.
E tem ainda os que apresentam sequelas e deformidades e os que não resistem.
De qualquer forma, a orientação é que todos os animais infectados sejam sacrificados, para evitar a disseminação da doença.
Prevenir a febre aftosa é possível com o uso da vacina.
No Brasil ela é obrigatória e deve ser aplicada a cada seis meses, em animais a partir de três meses de vida.
O pecuarista deve seguir a dosagem para cada animal, modo de conservação e prazo de validade recomendados pelo fabricante.
A vacina deve ser injetada na tábua do pescoço do animal, entre a pele e o tecido muscular, com cuidado, para evitar que forme um caroço no local.
Os primeiros casos da doença foram registrados na Europa, chegando a América do Sul por volta de 1850.
No Brasil, os primeiros registros foram em 1870, sendo que em 1990, o Rio Grande do Sul teve muitos focos da doença.
O estado vacinou quase três milhões de cabeças de gado, em 1992.
O trabalho de controle sanitário conseguiu diminuir os focos da doença em todo país.
O ultimo caso de febre aftosa foi registrado em 2006, em Minas Gerais.
Mas apenas em 2018, a Organização Mundial da Saúde Animal certificou o Brasil como um país livre da aftosa.
Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso, são reconhecidos internacionalmente, como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.
Atualmente, 20% do rebanho bovino brasileiro deixou de ser vacinado e a expectativa é que, até 2026, a vacinação contra a febre aftosa seja extinta no Brasil.
Enquanto isso não acontece, é importante seguir a determinação indicada para sua área, ajudando na erradicação da doença.
Fontes: Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Canal Rural; Conselho Federal de Medicina Veterinária; G1; e Brasil Escola.