É muito comum falar sobre a nutrição dos bovinos, mas a água também é fundamental para a saúde e produtividade dos animais.
Seja na criação a pasto ou em confinamentos, é preciso pensar na melhor estratégia para que os bovinos possam acessar a água de forma fácil e abundante.
E mais, tudo que os animais ingerem impacta diretamente na sua saúde, por isso, assim como são pensadas a procedência dos alimentos, é preciso entender a procedência da água.
Infelizmente, ainda é muito comum que a qualidade da água oferecida aos bovinos seja negligenciada.
Independente da água ser proveniente de poços ou açudes, é preciso ficar atento para não esteja contaminada, e o mesmo serve para a água que é servida já em bebedouros próprios.
O ideal, além de cuidar da estrutura de fornecimento da água como um todo, é testa-la em intervalos pré-determinados, ou sempre que desconfiar que algo pode estar errado.
Ao fazer a análise da qualidade da água que será oferecida aos bovinos é preciso medir:
Água limpa, potável, abundante e de fácil acesso é o que irá garantir a boa saúde e hidratação dos bovinos que consomem uma média de 50 litros por dia.
Uma conta mais fácil sobre esse consumo de água diária é pegar 10% do peso do animal e transformar em litros. Por exemplo, um bovino de 400 quilos vai consumir uma média de 40 litros de água por dia.
Estamos falamos de animais ruminantes, e a água é necessária na produção da saliva, que ajuda a quebrar e lubrificar o alimento, facilitando sua passagem pelo sistema digestivo.
E assim como acontece nos humanos, a água também regula a temperatura corporal dos animais, além de auxiliar na lubrificação das articulações.
Quando os bovinos não estão bem hidratados, isso impacta na sua qualidade de vida, atrapalhando sua conversão alimentar, o que irá diminuir a produtividade e lucratividade do produtor.
Outra particularidade da água servida aos bovinos é no tocante a sua temperatura. Como o rúmen dos animais tem temperatura de aproximadamente 37 graus, o ideal é que a água não seja muito fria, pois irá causar desconforto ao ser ingerida, e o consumo será menor.
Muitos especialistas defendem a técnica de que em regiões muito frias a água deve ter temperatura morna, enquanto em regiões de clima quente a água deve ser mais fria.
Essa relação inversa entre a temperatura da água com e do ambiente em que o animal está ajuda a diminuir o estresse térmico, proporcionando bem-estar.
Alguns problemas que os animais apresentam quando não ingerem a quantidade ideal de água:
Atenção aos sinais que podem indicar desidratação: febre, mucosas ressecadas, sede, olhos fundos, falta de elasticidade da pele e desânimo.
O ideal diante de um ou mais desses sintomas é buscar avaliação de um veterinário, para que ele confirme o quadro e, em alguns casos, entre com a medicação adequada.
E quando pensamos na ingestão de água contaminada, as doenças mais comuns que elas causam são:
Sendo que as duas ultimas podem causar problemas sérios, como diminuir a taxa de prenhez e levar o animal a morte.
Uma opção que diminui o risco de contaminação dos animais é o uso de bebedouros, assim o gado não precisa ir até o lago, por exemplo, que sempre fica mais exposto, pois a água acaba não passando por nenhum tratamento.
Mas é preciso ficar atento para a quantidade de bebedouros disponíveis e essa distribuição deve ser feita com base no tamanho da propriedade, especialmente, pensando na quantidade de animais que irão acessá-lo.
Investir em bebedouros deve ser algo devidamente orçado pelo pecuarista, lembrando de avaliar o custo benefício envolvido e o risco de uma infecção que possa, inclusive, causar mortes.
Na hora de definir o tamanho dos bebedouros leve em conta quatro centímetros lineares por animal, e isso independe do formato do bebedouro.
Como margem de segurança, invista em um reservatório com capacidade para acumular, no mínimo, quantidade suficiente para o abastecimento de três dias, pois caso aja algum problema, é possível suprir as necessidades dos animais, até que tudo seja resolvido.
Outro cuidado envolve a limpeza dos bebedouros, que deve ser feita sempre que a água for trocada, ou estiver com muita sujeira acumulada no fundo.
Para isso, esfregue toda a superfície do bebedouro, incluindo paredes e fundo, com o auxílio de uma escova adequada.
Produtos químicos só devem ser utilizados se houver muita sujeira, mas nesses casos o enxague precisa ser ainda mais rigoroso, para que não fiquem resíduos. Depois é só encher novamente.
Fontes: Canal Rural; Giro do Boi; Rehagro; e Milk Point.