Quando as doenças reprodutivas atingem os bovinos, os prejuízos podem ser enormes. Isso porque, além de causarem perdas gestacionais, podem dificultar novas gestações.
A preocupação é grande porque doenças reprodutivas podem levar também a um maior intervalo entre partos, além do nascimento de bezerros fracos ou natimortos.
Essas consequências, além de serem um problema para o pecuarista, também impactam o rebanho, que acaba sentindo essa dificuldade reprodutiva.
Isso sem falar no quanto pode impactar financeiramente a propriedade, ainda que ela seja de grande porte, porque se a doença se espalha entre as matrizes a renovação do rebanho fica comprometida.
Atinge o aparelho reprodutivo provocando aborto, natimorto e nascimento de bezerros fracos.
A doença pode se espalhar pelo rebanho através da urina e secreções, seja de forma oral ou cutânea.
Fetos contaminados entre 50 e 120 dias de gestação podem morrer, ou nascer já com a infecção e disseminar o vírus pelo rebanho.
Como ela é crônica e tem sintomas que se confundem com outras patologias, as vezes o diagnóstico demora.
Com o passar das gestações, o risco da vaca doente abortar diminui, dificultando o diagnóstico de casos entre o rebanho.
O problema é que, ainda que a taxa de aborto tenda a reduzir com o passar das gestações, vacas jovens correm risco elevado de perdas.
Já em fêmeas de muitas gestações, os bezerros apresentam maior risco de nascerem fracos ou com baixa viabilidade de sobrevivência.
Lugares onde há o controle da brucelose têm a neosporose como principal causa de aborto entre bovinos.
Além das taxas altas de aborto, esses animais doentes apresentam diminuição da produção de leite e maior descarte e necessidade de reposição dos animais.
A consequência são falhas na fertilidade, sendo que após a contaminação, as bactérias se multiplicam na vagina e depois atingem o útero e as tubas.
O boi é o principal disseminador da doença, pois a transmissão é realizada via cópula.
Matrizes contaminadas eliminam o agente por um período de aproximadamente oito semanas, através do muco cervical.
Nessa fase, ela raramente emprenhará, o que pode servir como sinal de alerta para o produtor. O reprodutor é assintomático, disseminando o problema sem que se perceba.
Existe uma taxa de aborto comum entre os rebanhos bovinos, de cerca de 3%. Se ela superar esse número é motivo de preocupação na propriedade.
A partir desse alerta é preciso investigar se o motivo dessas perdas gestacionais, são as doenças reprodutivas.
A prevenção de uma parte delas se dá pela vacinação, além de um correto manejo.
Manter uma rotina de exames nas principais matrizes e reprodutores, antes de iniciar a estação de monta ou inseminações, também é uma boa alternativa.
Quando o rebanho já foi infectado, a dica é fazer o monitoramento, acompanhando a taxa de perdas e, com o auxílio de profissionais da saúde animal, traçar estratégias para controlar o problema e reverter a situação.
Fontes: Instituto Biosistêmico; Milk Point; Revista Veterinária; Shop Veterinário