Nada de hormônios em frango: ganho de peso vem da genética e nutrição

É muito comum ouvir falar sobre o uso de hormônios em frango, para que ele cresça e ganhe peso mais rapidamente, e assim possa ser comercializado, gerando lucro ao produtor.

Mas a verdade é que uma Instrução Normativa (IN) do Mapa - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento proíbe, desde 2004, o uso de hormônios em frangos.

Segundo a IN, é proibida a administração, por qualquer meio, na alimentação e produção de aves, de substâncias com efeitos tireostáticos, androgênicos, estrogênicos ou gestagênicos, bem como de substâncias ß­agonistas, com a finalidade de estimular o crescimento e a eficiência alimentar.

Essa prática é proibida no Brasil, Estados Unidos e países da União Europeia. Além de pensar na qualidade da carne da ave, a decisão também impacta diretamente o mercado internacional.

Não oferecer hormônios aos frangos funciona como uma estratégia de segurança alimentar, abrindo portas do mercado internacional, e foi o que aconteceu.

Atualmente o Brasil está no topo quando o assunto é exportação de carne de aves, especialmente a de frango.

Homogeneidade da mistura é fundamental para a boa absorção dos nutrientes

“O principal motivo dessa percepção do consumidor, do uso de hormônios na avicultura, se dá pelo rápido crescimento das aves em curto período de tempo, entre 42 e 50 dias”, avalia a Gestora de Área da Nutrimais Nutrição Animal, Camila Martins.

Ela pontua que além do uso de hormônios em frangos estar fora de uso, existe um monitoramento que acompanha a qualidade da carne. “O governo monitora a qualidade das carnes por meio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes. O rápido crescimento dos frangos está relacionado ao melhoramento genético, combinado ao sistema de nutrição animal, com dieta enriquecida e balanceada. Tornando assim, a conversão alimentar bem mais eficiente”, conclui a gestora.

E falando em alimentação, a Nutrimais desenvolveu o +Aves, um concentrado destinado às aves, de todas as idades e em todas as suas fases de criação.

Associado aos aditivos probióticos e prebióticos (mananoligossacarideos e glucomananos), levedura seca de cana-de-açúcar, aminoácidos, macro e microminerais, sua recomendação de uso é que garanta o nível de inclusão de 250 mg por ave/dia, ou conforme orientação técnica.

Hormônios em Frango

Além das questões sanitárias e qualidade da carne, outros fatores inviabilizam o uso de hormônios em frango, entre eles estão:

  • O preço desse tipo de produto é excessivamente alto, o que impacta o processo produtivo, pois influencia muito no valor comercial das aves;
  • Os hormônios para frango devem ser diferentes para machos e fêmeas, o que levaria a uma necessidade de produção com sexos separados, mas no Brasil, cerca de 95% das granjas são mistas;
  • Seria inviável usar hormônios injetáveis nos frangos, pois além de necessitar de mão de obra capacitada, o tempo investido nesse processo seria muito grande, isso sem falar que geraria estresse nas aves; 
  • E como o intervalo de criação do frango, até que ele chegue ao abate, dura entre 40 e 50 dias, os hormônios não teriam tempo de fazer o efeito esperado.

Melhoramento Genético

A dúvida que sempre fica é: mas como pode um frango estar pronto para o abate em um período tão curto de tempo?

Embora atualmente se leva metade do tempo para abater um frango, em comparação a como acontecia no passado, não são os hormônios que proporcionam isso, mas o melhoramento genético.

Foi necessário investir muito tempo em estudos para conseguir essa padronização e eficiência reprodutiva.

O processo usa genes específicos de deposição de tecido muscular, e isso aumenta ao máximo a potência das aves para a conversão alimentar, onde as proteínas ingeridas, rapidamente se transformam em músculos.

Para chegar a esse resultado é preciso fazer o cruzamento de raças puras, que alinhem o desenvolvimento muscular e eficiência alimentar.

A ordem é: nada de hormônios em frangos, e para isso, além do processo genético é preciso também um cuidado especial na granja, com controle de temperatura e umidade, oferecer água de qualidade e alimentação balanceada e adequada a cada fase de crescimento.

Existe o momento certo para ofertar mais proteínas, ou carboidratos, aliados ao desenvolvimento do tecido muscular ou engorda.

Isso sem esquecer de seguir protocolos de sanidade na granja, protegendo assim a saúde das aves.

Se você está iniciando na área de produção de aves, ou já atua no segmento e não tem alcançado bons resultados a dica é: conte sempre com a orientação de um profissional capacitado, que poderá detectar onde está a falha e como fazer para saná-la.

Fontes: Nutrimais; VetJr; Avicultura Blog; Imepac Centro Universitário; e UOL

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