Qualidade do leite: Saiba quais ações do cotidiano podem melhorá-la

A produção de leite no Brasil é uma das maiores do mundo, e os pecuaristas sempre buscam maneiras de aumentá-la, mas também de melhorar a qualidade do leite, pois isso valoriza o produto.

De acordo com as diretrizes do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, algumas características são fundamentais para o leite ser considerado de qualidade. São elas:

  • Ser livre de agentes patológicos e contaminantes;
  • Apresentar baixa quantidade de CBT – Contagem Bacteriana Total;
  • Níveis ideais de CCS – Contagem de Células Somáticas;
  • Ter boa composição química e propriedades físicas; e
  • Existe também uma Instrução Normativa que define que a boa qualidade do leite cru deve apresentar no mínimo 3% de gordura, 2,9% de proteína e 8,4% de sólidos totais.

“Para chegarmos a uma melhor qualidade do leite e maior produção, precisamos ter alguns critérios dentro da propriedade, e um deles é fazer todo o mapeamento do rebanho. E o que é isso? É conseguirmos identificar quais são os animais saudáveis e quais são os que tem mastite clínica e subclínica, para podermos traçar um planejamento na propriedade, e assim conseguimos melhores resultados dentro do processo produtivo”, destaca o médico veterinário da Nutrimais Saúde Animal, Jonathas Bonaldo.

Controle leiteiro oferece informações para maior produtividade e lucro

Quem trabalha com gado leiteiro sabe o quanto quadros de mastite são capazes de impactar na qualidade do leite, bem como na quantidade produzida.

A mastite é processo inflamatório que atinge a glândula mamária das vacas, e isso afeta a composição físico-química do leite, como sua coloração e presença de coágulos.

A mastite clínica apresenta edemas de úbere, deixa a glândula mamária mais quente e o leite pode ter pus e sangue, ficando evidente que sua qualidade está comprometida.

Já os casos de mastite subclínica se apresentam sem alterações visíveis da glândula mamária, e o leite também tem um aspecto normal.

Porém, ele altera os teores de cálcio, caseína, lactose e gordura, impactando no rendimento dos derivados do leite, e um teste específico é capaz de apontar o problema.

Qualidade do Leite

Outro fator que influencia na qualidade do leite produzido é a dieta das vacas.

“Às vezes eu vejo o produtor de leite errar bastante se tratando da formulação da dieta. Acontece da pessoa dar o alimento para a vaca comer e esse alimento não estar suprindo a necessidade nutricional desse animal. A formulação de dieta tem um papel muito importante na produção animal. E junto com a formulação nós precisamos de aditivos, que vão converter tudo isso, para o animal ter um melhor desempenho”, alerta Jonathas.

Ele destaca o uso do produto +Leite, da Nutmais, que é a base de probióticos, prebióticos e leveduras, como uma alternativa bastante interessante.

“Adicionamos na dieta e, com isso, conseguimos fazer com que o animal tenha uma melhor absorção de nutrientes, uma maior digestibilidade das fibras, e isso vai desempenhar uma maior produção”, concluí o médico veterinário.

Selecionamos outras dicas importantes que poderão ajudar o pecuarista, e sua equipe, a melhorar a qualidade do leite e aumentar a quantidade produzida. Acompanhe.

  • Higiene no local - pesquisas comprovam que baias limpas ajudam as vacas a serem mais produtivas, ou seja, colaboram com a quantidade maior de leite produzido, e também com sua qualidade.

O correto manejo e higiene diminuem os riscos de exposição às bactérias, evitando doenças como a mastite.

Também é importante o uso de luvas no momento de colocar as vacas na ordenha, além de manter todo o equipamento limpo.

Mais fatores que influenciam na qualidade do leite

  • Atenção com a ordenha – sempre cheque se não é hora de substituir o equipamento, pois se eles não estiverem adequados, podem ferir os tetos das vacas, abrindo caminho para infecções.

Fazer a manutenção regular da ordenha é outra necessidade para garantir a saúde dos animais e a qualidade do leite.

E esteja atento para a necessidade de troca de tubos, borrachas e revestimentos, que podem rachar com o tempo e acumular bactérias.

  • Invista na saúde do rebanho – além da mastite, problemas como tuberculose e brucelose podem atingir o gado leiteiro.

Mantenha as vacinas em dia e tenha sempre um profissional para acompanhar a saúde dos animais. Vacas saudáveis produzem leite de qualidade.

  • Qualidade do pasto – a maior parte do gado de leite do Brasil é criada a pasto, com isso é fundamental que esse alimento base seja adequado e nutritivo.

O alimento certo auxilia no ganho de peso do animal e na melhoria da produção e qualidade do leite. Mantenha o pasto sempre bem adubado e irrigado.

  • Faça o resfriamento do leite – além dos cuidados com as vacas e a estrutura física como um todo, é preciso pensar no leite depois que já foi retirado.

O resfriamento deve ser feito ainda na propriedade rural, logo após a ordenha, evitando o crescimento de bactérias e garantindo sua qualidade.

Fontes: Nutrimais; Rehagro; Nutrição e Saúde Animal; Fundação Roge; Irrigat; e Milk Point

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